domingo, 15 de maio de 2011

CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DOS MEiOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PUBLICOS

R. DIRECTOR DO EXPRESSO


Com os meus cumoprimentos, e como leitor do EXPRESSO de antes do 25 de Abril, venho solicitar a publicação desta carta.


O PROGRAMA ELEITORAL do PSD prevê a privatização de pelo menos 1 canal da RTP, da Lusa e creio que tambem das estações de radio da RDP.
O EXPRESSO DE 18 DE JUNHO DE 2011 contem pelo menos 3 referencias a este assunto:
1- do Sr.Sub Director Nicolau Santos
2- na pagina 14 do caderno"Economia"
3- do cronista Sr. Luis Mergulhão


A única que posso apoiar inteiramente é a primeira.
A 2ª  fala sobretudo de dinheiros e não deixa de ter interesse
A 3ª , para mim e para muitos portugueses, certamente, é horrível


Sou absolutamente contra a privatização do grupo RTP e pelas simples razões que apresento a seguir :
1. Quais são os deveres e as obrigações dum  meio de comunicação social público ? Obviamente servir o público, procurando distraí-lo duma forma não estupidificante, procurando, sem maçar, aumentar o seu nivel de conhecimentos, mantê-lo ao corrente do que se passa no país e no mundo, e no que se refere à parte política, defender o interesse nacional, mas observando a mais estricta imparcialidade entre governo e oposições, dando noticias de um e dos outros, facultando aos partidos politicos e outras organizações a oportunidade de exprimir opiniões, etc. Em 2 palavras, ser objectivo e isento.
2. Qual é o objectivo dum meio de comunicação social privado ? Num ambiente de economia de mercado, pode ser um de dois : obter lucros para compensar os accionistas do seu investimento ou fazer o proselitismo duma idealogia política, duma crença religiosa, duma actividade económica ou talvez ( posso encarar essa hipótese ) duma actividade humanista ou humanitária. Em qualquer dos casos estará mais ou menos distante do que foi descrito em 1.
3.    Sendo uma estação de TV um meio que exige capitais avultados, que em geral só grandes grupos financeiros dispõem, é natural que o canal da RTP eventualmente a privatizar fosse parar às mãos dum desses grupos. E posso imaginar, com um razoável grau de certeza, que a simpatia duma tal entidade por um governo centro-esquerda, fiel aos seus ideais de igualdade de oportunidades para TODOS, de protecção social e de justa re-distribuição de riqueza, seja muito reduzida. O que se traduziria, não no barramento às opiniões de pessoas de esquerda ( isso seria notoriamente anti-democrático e portanto estúpido ) mas na criteriosa selecção do realce a dar às acções do Governo ( por hipótese de centro-esquerda ), procurando subtilmente ( ou não ) salientar o pior em detrimento do melhor.


Em tempos de crise virá certamente à discussão as verbas que o Estado ( ou seja Portugal ) gasta com a RTP, e que poderiam ser evitadas com a privatização. Essa poupança é muito duvidosa se o Goverto privatizante quiser manter algumas actividades de interesse nacional como a RTP África, a RTP Internacinal,o apoio à cultura, etc.
A este respeito poderemos responder que a Democracia ( que impõe a existência de meios de comunicação social livres, plurais, isentos de parcialidade ) NÃO TEM PREÇO !
O que é necessário é conseguir uma gestão exigente, conhecedora e segura que gaste apenas as verbas que tiverem sido acordadas com a tutela ( e que os seus funcionários sejam eles gestores, jornalistas , artistas ou
outros tenham salários de acordo com o país "remediado" que somos ).
Agradecendo antecipamente, subscrevo-me


Frederico J.B. Fonseca Santos

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