OS RESULTADOS DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O PS
OS RESULTADOS DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O PS
Como já foi longamente comentado pelos analistas políticos e
continua a ser tema de conversa entre militantes, simpatizantes e pessoas
doutras linhas de pensamento, os resultados das eleições foram cinzentos para o
PS ( vitória magra sobre a coligação da direita ), muito diferente do que
tinham sido os resultados das autárquicas. De facto, o PS não conseguiu
conquistar os votos dos inúmeros descontentes com a desumana política do
governo PSD-CDS de preferir sempre o bem dos credores em detrimento dos
portugueses em geral, e dos servidores do estado ( civis e militares ) e
reformados em particular. O s votos dos descontentes foram para a CDU e para o
ex-bastonário da Ordem dos Advogados, dr. Marinho e Pinto. A única consolação
foi que a coligação de direita sofreu uma derrota histórica.
Tendo sido assim,
imediatamente se fizeram ouvir muitas vozes no PS, e fora deste, dizendo que a
liderança de António José Seguro (AJS ) seria incapaz de levar o PS,
nas próximas legislativas, a uma vitória que libertasse os portugueses deste
governo cuja linha de ação é ir diminuindo o défice público não à custa do
desenvolvimento económico mas à custa dos sacrifícios da grande maioria da
população portuguesa e do respectivo empobrecimento.
António Costa ( AC ) declarou-se de imediato disponível
para disputar a AJS a responsabilidade de liderar o PS e de conduzir o partido a uma sólida vitória
nas próximas legislativas congregando o voto da maioria dos descontentes que
não votaram PS nas europeias.
AJS tomou o caso a
mal, não entendeu a posição de AC como um pesquisa de quem poderia melhor
representar o PS nas próximas legislativas, mas sim como uma traição pessoal,
uma traição ao PS capaz de destruir uma teia de vantagens laboriosamente construída.
E tem usado toda a força dos estatutos para impedir uma solução rápida para a
alternativa que se põe.
A posição de AJS é humanamente compreensível : na realidade ele tem estado activo todos os
dias; percorre o país de lés a lés; critica o governo na Assembleia da
República e sempre que lhe põem uma câmara e um microfone à frente; sacrifica a
sua vida privada; tem o sonho de ser 1º ministro, ganhou as eleições para as
autárquicas e as europeias ( estas últimas duma forma insatisfatória como se
disse acima ); apresentou 80 medidas programáticas para um futuro governo PS, e mesmo assim aparece um camarada do
Partido, AC, que pretende disputar-lhe a liderança.
É justo ou traição?
Traição não acho que
seja pois acredito que AC esteja plenamente convicto que tem um maior poder
mobilizador, não só dos militantes de base e dos simpatizantes, mas também dos
descontentes, para ganhar as eleições. E quando se trata do interesse do País
entre ficar quieto e calado ou desagradar a um camarada tomando uma posição
que se julga mais apropriada aos objectivos a atingir – não deve haver
hesitações.
E será justo ou
injusto para AJC, partindo do princípio que ele se tenha esforçado ao máximo
durante 3 anos ?
Podemos dizer que é
injusto, considerando o esforço feito e a vontade posta na luta. Porem, o drama
é que não conseguiu convencer as pessoas, excepto os seus fieis, de que era o
homem para liderar a mudança de que Portugal precisa
desesperadamente .
Todos o consideram
honesto e inteligente, mas falta-lhe o carisma para
arrebatar e arrastar multidões. E disto não tem AJS culpa- mas AC
e os que o seguem também não e esse factor conta muito em política
Por outro lado, AC tem de facto muito mais experiência
política, seja a nível governamental, seja a nível autárquico. O trabalho
realizado na CM Lisboa é bem exemplo disso pois conseguiu fazer obra, tornar a
dívida manobrável e poupar aos munícipes 2,5% da parte do IRS que pertencia à
Câmara ( 5%).
Em conclusão : resolver qual dos dois deve de ser de facto o Secretário-Geral e candidato a 1º Ministro nas próximas legislativas é IMPORTANTE E URGENTE.
F. Fonseca Santos
16 JUN 2014
