quarta-feira, 18 de junho de 2014

OS RESULTADOS DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O PS




OS RESULTADOS DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O PS
Como já foi longamente comentado pelos analistas políticos e continua a ser tema de conversa entre militantes, simpatizantes e pessoas doutras linhas de pensamento, os resultados das eleições foram cinzentos para o PS ( vitória magra sobre a coligação da direita ), muito diferente do que tinham sido os resultados das autárquicas. De facto, o PS não conseguiu conquistar os votos dos inúmeros descontentes com a desumana política do governo PSD-CDS de preferir sempre o bem dos credores em detrimento dos portugueses em geral, e dos servidores do estado ( civis e militares ) e reformados em particular. O s votos dos descontentes foram para a CDU e para o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, dr. Marinho e Pinto. A única consolação foi que a coligação de direita sofreu uma derrota histórica.
Tendo sido assim, imediatamente se fizeram ouvir muitas vozes no PS, e fora deste, dizendo que a liderança de António José Seguro (AJS ) seria incapaz de levar  o PS, nas próximas legislativas, a uma vitória que libertasse os portugueses deste governo cuja linha de ação é ir diminuindo o défice público não à custa do desenvolvimento económico mas à custa dos sacrifícios da grande maioria da população portuguesa e do respectivo empobrecimento.

António Costa  ( AC ) declarou-se de imediato disponível para disputar a AJS a responsabilidade de liderar o PS  e de conduzir o partido a uma sólida vitória nas próximas legislativas congregando o voto da maioria dos descontentes que não votaram PS nas europeias.
AJS tomou o caso a mal, não entendeu a posição de AC como um pesquisa de quem poderia melhor representar o PS nas próximas legislativas, mas sim como uma traição pessoal, uma traição ao PS capaz de destruir uma teia de vantagens laboriosamente construída. E tem usado toda a força dos estatutos para impedir uma solução rápida para a alternativa que se põe.
A posição de AJS é humanamente  compreensível : na realidade ele tem estado activo todos os dias; percorre o país de lés a lés; critica o governo na Assembleia da República e sempre que lhe põem uma câmara e um microfone à frente; sacrifica a sua vida privada; tem o sonho de ser 1º ministro, ganhou as eleições para as autárquicas e as europeias ( estas últimas duma forma insatisfatória como se disse acima ); apresentou 80 medidas programáticas para um futuro governo PS, e mesmo assim aparece um camarada do Partido, AC, que pretende disputar-lhe a liderança.
 É justo ou traição?
Traição não acho que seja pois acredito que AC esteja plenamente convicto que tem um maior poder mobilizador, não só dos militantes de base e dos simpatizantes, mas também dos descontentes, para ganhar as eleições. E quando se trata do interesse do País entre ficar quieto e calado ou desagradar a um camarada tomando uma posição que se julga mais apropriada aos objectivos a atingir – não deve haver hesitações.
E será justo ou injusto para AJC, partindo do princípio que ele se tenha esforçado ao máximo durante 3 anos ?
Podemos dizer que é injusto, considerando o esforço feito e a vontade posta na luta. Porem, o drama é que não conseguiu convencer as pessoas, excepto os seus fieis, de que era o homem para liderar a mudança de que Portugal precisa desesperadamente .
Todos o consideram honesto e inteligente, mas falta-lhe o carisma para arrebatar e arrastar multidões. E disto não tem AJS culpa-  mas  AC e os que o seguem também não e esse factor conta muito em política
Por outro lado, AC tem de facto muito mais experiência política, seja a nível governamental, seja a nível autárquico. O trabalho realizado na CM Lisboa é bem exemplo disso pois conseguiu fazer obra, tornar a dívida manobrável e poupar aos munícipes 2,5% da parte do IRS que pertencia à Câmara ( 5%).
Em conclusão : resolver qual dos dois deve de ser de facto o Secretário-Geral e candidato a 1º Ministro nas próximas legislativas é IMPORTANTE E URGENTE.
F. Fonseca Santos
16 JUN 2014