UMA VISITA A COIMBRA
No dia primeiro de Setembro, a minha neta mais nova, a minha filha e eu fomos a Coimbra com os seguintes objectivos principais : visitar os dois mosteiros de Santa Clara, o museu Machado de Castro e a casa Chiado ( museu municipal ).
Nota: de acordo com o que pesquisei na internet tudo isto estava disponivel em horário contínuo até às 6 da tarde.
Eis o resumo das impressões causadas pelas visitas :
1. Santa Clara a Velha
Espaço muito bem recuperado, depois de séculos debaixo de lama e agua, muito agradável de ver, com a presença duma Guia que sabia do que estava a falar e muito atenciosa para os visitantes- que lamentavelmente eram poucos. Fiquei a saber que da observação de esqueletos de freiras tinha sido descoberto que elas sofreram muito de reumatismo e acabaram a vida com os dente arruinados. Consequencias por um lado da humidade resultante da proximidade do Mondego e por outro da quantidade de doces que fabricavan e comiam .
Nos edificios de apoio estavam em exposição objectos de uso corrente das clarissas, encontrados nas escavações, que juntamento com textos adequados, documentavam o modo como elas viviam, e sua organização social e hierárquica. Sim porque uma monja oriunda da nobreza não era exactamente igual a uma monja oriunda da plebe. As primeiras poderiam ter criadas e mesmo escravas para fazer os serviços mais pesados a que eram obrigadas, podiam ter louça brasonada, etc., enquanto que as outras faziam todos os serviços.
2. Mosteiro de Santa Clara a Nova
Só foi possivel ver a igreja, o coro baixo e o claustro. O monumento está, salvo erro, à guarda da confraria de S.Miguel. À hora do almoço estava tudo fechado. Almoçamos e voltamos. Já estava aberto e fomos recebidos por um confrade misto de zelote e bilheteiro. Qundo comentei o facto de estarem fechados à hora do almoço. retorquiu que as pessoas que lá trabalhavam "não eram corpos celestes" e portanto tinham de almoçar. Concordei que não deviam ser corpos celestes e que tinham direito a almoçar, mas ajuntei que nessas circunstancias a informação presente na internet devia ser corrigida para os visitantes saberem com o que contar.Depois de nos vender os ingressos ( mais do dobro do que pagamos nos outros lugares ) levou-nos ao coro baixo, explicou-nos como se passava para o claustro e daí para a saída e deixou-nos. A impressão geral sobre o monumento é que todo ele precisa dum grande restauro . Na igreja, a insuficiência de luz não permitia apreciar as obras de arte e no coro baixo as peças lá colocadas não tinham qualquer informação e não pareciam arrumadas segundo um critério. Tambem seria útil a presença dum confrade que estivesse disponível para falar sobre o mosteiro.
3. Edifício Chiado ( Museu Municipal )
O edifício Chiado foi em tempos da companhia dos Armazens do Chiado, com uma frontaria em ferro e vidro, possivelmente do principio do século XX. A filial dos Armazens do Chiado foi inaugurada em 1910.
No interior, o edifício foi adaptado a espaço museológico e os 3 andares estão ocupados com a colecção de arte que a família Telo de Morais doou ao município de Coimbra. Na secção de pintura, a mais vasta, existem obras desde o romantismo aos novos modernistas, passando pelo naturalismo, tardo-naturalismo e modernismo. Práticamente todos artistas conhecidos estão lá representados com um quadro. Entre eles está um de José de Almeida e Silva mostrando uma cabeça de ovelha .
No r/c estava uma exposição temporária com algumas obras pertencentes à colecção do Millenium-BCP
4. Museu Machado de Castro
O museu Machado de Castro esteve alguns anos fechado para obras de beneficiação e remodelação. Há algum tempo foi noticiado que tinha sido reaberto ao público e fiquei desde logo com curiosidade de o voltar a ver.
Para mais o jornal Público, na sua edição de catálogos dos principais museus portugueses, apresentou tambem um do Machado de Castro de fazer crescer água na boca.
Lá subimos a pé, com algum sacrifício à alta de Coimbra e dirigimo-nos à recepção para comprar os ingressos.Para nosso grande espanto e não menor desilusão, disseram-nos que do museu só estava visitável o criptopórtico romano! Isto depois de tudo o que li nos meios de comunicação social me fazer crer que todo o museu estaria acessível. Provavelmente a culpa foi minha por ainda não saber interpretar bem o que se escreve em Portugal. Segundo informaram na recepção talvez para o próximo natal se possa visitar todo o museu.
Mas ao menos a visita ao criptopórtico valeu a subida. O monumento é de facto um trabalho notável da engenharia romana - e da arqueologia nacional.
5. Doce apêndice
Depois do almoço, fomos à pastelaria Vasco da Gama, em frente ao Portugal dos Pequeninos, tomar café e experimentar os doces de Coimbra.Eu confesso que só conhecia, dos tempos da minha infância, a arrufada de Coimbra. Pois a Vasco da Gama tinha tambem os chamados doces conventuais: pasteis de Santa Clara, Hóstias e pasteis de Santo António de Coimbra .Á base de ovos, gila e açucar. Uma delícia
F. Fonseca Santos

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