segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A LIBERDADE DE IMPRENSA NA MADEIRA

Náo conheço o Presidente do Governo Regional da Madeira, dr. Albert João Jardim ( AJJ ) a não ser pelo que tenho visto e lido na comunicação social.
O conhecimento assim adquirido sobre AJJ permite-me fazer os seguintes comentários :
1) É um malcriadão, pois nos seus discursos por vezes lança os mais soezes insultos sobre aqueles que considera seus adversárioa políticos
2) Os seus sentimentos democráticos são deficitários e de bradar aos céus . ~
3) O seu conceito de liberdade de imprensa é sui generis em democracia
A propósito deste ponto, imagine-se que o governo de José Socrates tinha, por um passe de mágica, tomado o controlo de um dos jornais diários que se publicam em Lisboa e o fazia distribuir gratuitamente só com notícias favoráveis à governação. Tal caso provocaria nos meios da oposição e mesmo entre os socialistas tal agitação, tal gritaria, tal  escândalo que , como se dizia dantes, caíam o Carmo e a  Trindade e possivelmente o próprio governo. Pois na Madeira passa-se exactamente este escândalo : o Jornal da Madeira, favorável ao governo regional é distribuido gratuitamente e o Diário de Notícias, jornal independente, é pago por quem o quiser ler.
O mais interessante é que este procedimento, aparentemente, tem o apoio do PSD e do CDS do Continente. Vejamos :
Segundo vem no Público de 25 de agosto de 2011, a maioria governamental impediu que o assunto da liberdade de imprensa na Madeira fosse discutido no Parlamento. Segundo diz tambem o Público, um deputado do CDS justificou a posição do seu partido com  "o momento de pré campanha para as eleições regionais" (sic). Pois precisamente numa altura destas é que se deveria assegurar que todos os partidos concorreriam em pé de igualdade!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

OS TRANSPORTES PUBLICOS - crónica ligeira sobres um assunto sério

Isto é uma crónica com a pretensão de ser ao estilo satírico das do Comendador Marques de Correia que escreve na revista do Expresso


Todos lemos nos jornais o balão de sondagem do ilustre académico e Ministro da Economia e etc. sobre as possilidades de reduzir carreiras e  horários de funcionamento dos transportes públicos . Inúmeros políticos, sindicalistas, "fazedores de opinião", cidadãos comuns, já se pronunciaram sobre o assunto verberando mais ou violentamente tal ideia.
Mas porque será que o quase- possidónio  sr. Ministro ( possidónio, de acordo com o Dicionário Enciclopédico das Selecções de 1992, significa "político ingénuo, que só vê a salvação do país no corte profundo e incondicional de todas as despesas públicas" ) se lembrou de tal coisa ? A resposta profunda a esta interrogação ainda não li ou vi na comunicação social e por isso vou tentar descobri~la a partir da análise de várias hipóteses.
1ª. Reduzir despesas de funcionamento das empresas públicas de transportes.
É a opinião mais generalizada, mas que um economista académico talvez dscartasse, porque tem alguns contras dignos de nota. A saber : promove o transporte individual, em viatura própria ou de táxi com os inconvenientes de aumentar o consumo de combustíveis, logo a importação de petróleo bruto, de aumentar as emissões de CO2, de aumentar os desastres nocturnos por condução sob o efeito do alcool ; promove a tendência para faltar ao trabalho nos turnos da noite por dificuldades de transporte ; promove a revolta dos grupos ecologistas; promove a zanga de milhares de eleitores, etc.
2ª Aumentar a venda de automóveis, para aliviar um sector em dificuldades
Não me parece uma boa razão pois os possidentes já tem carros e os outros " não ganham nem p'ó pitroil "
se me é pemitido usar uma expressão popularucha muito em voga noutros tempos ( mas, aparte meu, com tendência para voltar)
3ª Estimular a compra e uso de bicicletas
Podia ser, visto que há fábricas de bicicletas em Portugal. Mas francamente não estou a ver as pessoas a pedalarem de noite, sujeitas ao frio, à chuva, aos assaltos. Portanto não será uma razão a considerar.
4º Estimular a natação e o remo, que são óptimos desportos.
Só seria aplicável às pessoas que trabalham numa margem do Tejo e habitam na outra . Embora sejam bastantes os cidadãos nesta situação tambem não me parece que a ideia se tornasse popular, sobretudo no inverno. E mesmo no verão exigiria um esforço físico que só está ao alcance de alguns.
5ª Estimular o andar a pé para melhorar o micro negócio dos sapateiros e o negócio dos fabricantes de calçado.
Estava a ponto de pôr de parte esta razão, por razões semelhantes às descritas anteriormente, quando de repente me lembrei do seguinte: Andar a´pé debaixo de chuva é relativamente corrente, andar mal vestido
de forma a não atrair assaltantes tambem é fácil, chegar um bocadinho tarde a casa e cansado tambem não é nada que mate ( bem, nem sempre, pode-se apanhar uma pneumonia, etc ) mas a grande vantagem económico-social é que iria diminuir o tremendo stock de coiros ( de todos os tipos ) que existe no nosso país !
Não é para me gabar, mas parece-me que descobri a verdadeira razão da ideia do sr.Ministro e mudei de opinião : passei a achá-la profundamente patriótica.


F. Fonseca Santos