segunda-feira, 24 de junho de 2013

PROGRESSOS NA APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA 2007 - 2011

PROGRESSOS NA APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA
 1907 - 1911

Nos seus comentários políticos no programa de Domingo 16 de Junho, o antigo 1º Ministro José Sócrates, aproveitou os problemas mais recentes que atingem a Escola Pública ( mudanças impostas, reacção dos professores, greve aos exames de Português e Latim, reacções dos pais e dos alunos, etc. ) para falar duma informação publicada no boletim do INE ( Instituto Nacional de Estatística ) de que, salvo erro, nenhum meio de comunicação social se ocupou. E no entanto, na publicação do INE vem referida como DESTAQUE que se trata duma INFORMAÇÃO À COMUNICAÇÃO SOCIAL.
A informação resultou de dados obtidos no Inquérito à Educação e Formação de Adultos 2011 relativo à população com idade dos 18 aos 69, mas de que só foram usados os resultados relativos à população dos 18 aos 64 anos para efeitos de comparação com 2007
O notável é que o assunto - a Aprendizagem ao Longo da Vida - sem dúvida um tema  ao qual deve ser dada a devida importância ,  teve resultados no período de 2007 a 2011 que só nos honram na comparação internacional .
Neste texto vou começar por apresentar o Sumário da comunicação do INE e depois tecer um ou dois comentários. O texto completo da comunicação do INE figura em anexo para os que tiverem curiosidade de ficar a saber mais sobre este assunto.

RESUMO DO TEXTO PUBLICADO NO BOLETIM DO INE ( TRANSCRIÇÃO )
14 de junho de 2013


Retrato evolutivo da educação, formação e aprendizagem da população adulta em portugal

Aproximadamente metade da população dos 18 aos 64 anos (48,8%) participou em alguma atividade de educação
formal e/ou não formal em 2011, no que se designa por aprendizagem ao longo da vida (ALV). O acréscimo de 17,9
pontos percentuais (p.p.) observado face a 2007 (30,9%) deveu-se ao aumento da participação em educação formal
(4,6 p.p.), mas sobretudo da participação em educação não formal (18,4 p.p.).
Esta evolução na participação em ALV contribuiu para uma melhoria considerável do posicionamento do país no
contexto europeu: Portugal passou de uma proporção de participantes que se situava 8,5 p.p. abaixo da média
europeia a 27 países, em 2007, para uma posição de 3,6 p.p. acima da média, em 2011.
A participação em atividades de aprendizagem informal – atividades desenvolvidas numa base de autoaprendizagem –
também registou uma subida assinalável: passou de 40,8% em 2007 para 68,5% em 2011.

ALGUNS  COMENTÁRIOS
1. No período analisado os Portugueses na generalidade mostraram vontade, duma maneira ou doutra ( formal, não formal e informal ), de aumentar os seus conhecimentos profissionais ou não . Isto demonstra, creio eu, a convicção dos nossos compatriotas de que vivemos na chamada sociedade do conhecimento e que a valorização pessoal é importante ao longo de toda a vida. As estatísticas relativas à aprendizagem ao longo da vida relativas a 2011 colocam-nos acima da média europeia.
2. Em consequência do que acima ficou dito e considerando  que se diz constantemente que uma das causas da nossa falta de competitividade é o pouco nível dos nossos trabalhadores, os responsáveis governamentais deveriam sentir a necessidade de pôr à disposição  meios aliciantes para todos poderem continuar a estudar depois dos 18 anos, sobretudo os que entraram na vida profissional cedo. O programa NOVAS OPORTUNIDADES do Governo anterior ao actual  é um bom exemplo ( ainda que muito criticado, nos meios de comunicação social, por pessoas que na sua quase totalidade tiveram oportunidade de seguir a via formal na sua aprendizagem, sem interrupções ). É portanto lastimável que o referido programa das NOVAS OPRTUNIDADES esteja sofrer não sei que tratamento ( se calhar tratos de polé ) e não esteja a ser usado devidamente.
3. É lastimável que a comunicação social, sempre com mais disposição para noticiar desgraças que sucessos, não tenha prestado atenção a este indiscutível progresso.
E para terminar, o grito de sempre : a educação e o conhecimento são um dos pilares do desenvolvimento e do progresso !
F. Fonseca Santos
Lisboa, 24 de Junho de 2013


INFORMAÇÃO DO INE REFERENCIADA NO TEXTO

Aprendizagem ao Longo da Vida – Inquérito à Educação e Formação de Adultos
2011

Aprendizagem ao Longo da Vida – Inquérito à Educação e Formação de Adultos
2011
Retrato evolutivo da educação, formação e aprendizagem da população adulta em portugal
Aproximadamente metade da população dos 18 aos 64 anos (48,8%) participou em alguma atividade de educação
formal e/ou não formal em 2011, no que se designa por aprendizagem ao longo da vida (ALV). O acréscimo de 17,9
pontos percentuais (p.p.) observado face a 2007 (30,9%) deveu-se ao aumento da participação em educação formal
(4,6 p.p.), mas sobretudo da participação em educação não formal (18,4 p.p.).
Esta evolução na participação em ALV contribuiu para uma melhoria considerável do posicionamento do país no
contexto europeu: Portugal passou de uma proporção de participantes que se situava 8,5 p.p. abaixo da média
europeia a 27 países, em 2007, para uma posição de 3,6 p.p. acima da média, em 2011.
A participação em atividades de aprendizagem informal – atividades desenvolvidas numa base de autoaprendizagem –
também registou uma subida assinalável: passou de 40,8% em 2007 para 68,5% em 2011.
1. Introdução
A publicação que o INE agora disponibiliza apresenta os
resultados da segunda edição do projeto IEFA –
Inquérito à Educação e Formação de Adultos, realizado
em 2011, numa perspetiva comparada com os
resultados da primeira edição, cujo trabalho de recolha
de dados decorreu em 2007
1.
Este inquérito recolhe dados sobre a participação da
população adulta em atividades de educação formal
e/ou não formal, no que se convencionou designar por
aprendizagem ao longo da vida, e de aprendizagem
informal (para análise destes conceitos consultar a nota
técnica no final do destaque).
1
No IEFA 2011 foi inquirida a população com idade dos 18 aos 69
anos. Porém, nesta publicação apresentam-se os resultados relativos
ao âmbito etário comum em ambas as edições do inquérito, ou seja,
população com idade dos 18 aos 64 anos.
Torna-se assim possível identificar a trajetória que o
país desenvolveu em matéria de educação e formação
no período em apreço. Simultaneamente, tratando-se
de um inquérito realizado em todos os Estados-
Membros (EM), foi também analisada a posição de
Portugal no contexto da União Europeia, em matéria de
educação, formação e aprendizagem.
2. Participação em ALV: educação formal e não
formal
Os resultados evidenciam o aumento da participação da
população adulta em atividades de educação e
formação entre 2007 e 2011, mantendo-se em 2011
níveis de participação mais elevados entre a população
mais jovem, mais escolarizada, nas categorias
profissionais mais qualificadas, com níveis de
conhecimento de línguas estrangeiras mais elevados,
inquérito à Educação e Formação de Adultos – 2011
2/7
com práticas socioculturais e cívicas mais frequentes e
com hábitos de leitura de livros e de jornais.
Porém, surge também claro que, genericamente, entre
2007 e 2011, as evoluções positivas com maior
expressão se fizeram notar nas categorias sociais antes
identificadas como as menos participativas: população
menos escolarizada, nos grupos profissionais menos
qualificados, que conhecia apenas a língua materna e
sem hábitos de leitura.
Acresce ainda que a evolução observada ao nível da
participação em ALV contribuiu para uma melhoria
considerável do posicionamento de Portugal no
contexto europeu no período entre 2007 e 2011.
2.1. Participação em ALV em 2011
Em 2011, participaram em atividades de aprendizagem
ao longo da vida 48,8% das pessoas com idade dos 18
aos 64 anos. Ou seja, aproximadamente metade da
população adulta participou em alguma atividade de
educação formal e/ou não formal nos doze meses
anteriores à entrevista.
A participação em ALV em 2011 (Gráficos 1 e 2):
Foi ligeiramente superior nas mulheres, face
aos homens – 49,5% e 47,9%,
respetivamente;
Foi decrescente com a idade: foi de 79,3%
para a população dos 18 aos 24 anos, baixando
até 22,0% para a população dos 55 aos 64
anos;
Foi fortemente condicionada pela escolaridade,
passando de 10,5% na população sem
qualquer nível de escolaridade completo para
75,5% na população com ensino superior. A
participação em ALV aumenta também na
razão direta do nível de escolaridade dos
progenitores, o que sugere a existência de
transmissão intergeracional da educação entre
pais e filhos;
Foi superior na população ativa (51,8%), face à
inativa (37,7%). No conjunto da população
ativa, foi a população empregada que registou
maiores níveis de participação (54,6%),
enquanto na população inativa foram as/os
estudantes (96,9%), devido sobretudo à
participação em educação formal;
Foi mais elevada nos grupos profissionais mais
qualificados: especialistas das atividades
intelectuais e científicas (80,1%); técnicos e
profissionais de nível intermédio (66,9%); e
forças armadas (64,4%);
Foi crescente com os escalões de rendimento:
o nível de participação em ALV dos 10% de
pessoas com maior rendimento correspondia ao
dobro do nível de participação dos 10% de
pessoas com menor rendimento,
respetivamente, 67,1% e 33,7%;
Foi o dobro entre as pessoas que conheciam
outras línguas para além da materna face às
que não conheciam outras línguas (61,1% e
29,2%, respetivamente).
inquérito à Educação e Formação de Adultos – 2011
3/7
2.2. Comparação entre 2007 e 2011
A participação em ALV registou um aumento de
17,9 p.p. entre 2007 e 2011 (passou de 30,9% para
48,8%). Para esta evolução contribuiu o acréscimo na
participação em educação formal (4,6 p.p.), mas
sobretudo em educação não formal (18,4 p.p.) (Quadro
1).
Em 2011, a participação em educação formal foi de
16,6% (12,0% em 2007) e em educação não formal foi
de 41,5% (23,1% em 2007).
Note-se que a componente formal da educação
(associada à escolaridade) tem necessariamente um
peso menor do que a componente não formal (ligada à
formação, em sentido lato).
O aumento da participação em ALV foi observado
em todas as regiões
O aumento na participação em atividades de ALV e nas
suas duas componentes – educação formal e educação
não formal – foi observado em todas as regiões
(Quadro 2).
Porém, foi particularmente notório na Região Autónoma
da Madeira, que registou, em 2011, um aumento
superior à média nacional, de 24,3 p.p., devido
sobretudo ao aumento na participação em atividades
de educação não formal (26,1 p.p.).
As regiões Centro e Norte foram as que registaram
maiores aumentos, quer na participação em educação
formal, quer em educação não formal.
Gráfico 1:
Proporção de pessoas com idade dos 18 aos 64
anos que participou em ALV (%), por sexo, grupo etário e nível
de escolaridade, 2011
75,5
68,2
54,7
32,6
20,7
10,5
2
2,0
4
1,4
5
2,2
5
9,8
7
9,3
4
9,5
4
7,9
4
8,8
0 20 40 60 80 100
Superior
Secundário/pós-sec.
Básico 3º ciclo
Básico 2º ciclo
Básico 1º ciclo
Nenhum
55-64 anos
45-54 anos
35-44 anos
25-34 anos
18-24 anos
Mulheres
Homens
TOTAL
Nível de escolaridade Grupo etário Sexo ALV
Gráfico 2:
Proporção de pessoas com idade dos 18 aos 64
anos que participou em ALV (%), por por condição perante o
trabalho, 2011
12,6
99,6
37,7
40,3
54,6
51,8
48,8
0 20 40 60 80 100
Outros inactivos
Aluno, estudante
Total
Desempregado
Empregado
Total
TOTAL
População inativa População ativa ALV
2007 2011
Variação
(2011-2007)
p.p.
ALV
30,9 48,8 17,9
Educação formal 12,0 16,6 4,6
Educação não formal 23,1 41,5 18,4
Quadro 1:
Proporção de pessoas com idade dos 18 aos 64
anos que participou em ALV, educação formal e educação
não formal (%), 2007 e 2011
%
inquérito à Educação e Formação de Adultos – 2011
4/7
Os aumentos mais expressivos da participação
em ALV ocorreram nos seguintes segmentos da
população:
Pessoas com idade dos 35 aos 44 anos: a
proporção de participantes em ALV deste grupo
etário era de 28,5% em 2007 e de 52,2% em
2011 (com um aumento de 6.5 p.p. na
participação em educação formal e de 21,7 p.p.
em educação não formal);
Pessoas com escolaridade ao nível do 3º ciclo
do ensino básico (passou de 37,2% em 2007
para 54,7% em 2011) e cujos progenitores
tinham o ensino básico (com aumentos de
participação em ALV de 19,8 p.p. no caso do
pai e de 18,5 p.p. no caso da mãe), seguidas
das que tinham progenitores sem qualquer
nível de ensino (13,6 p.p. e 15,9 p.p.,
respetivamente, para o pai ou mãe);
População desempregada, que registou no
período um acréscimo de 6,1 p.p. ao nível da
participação em educação formal, passando de
14,6% para 20,6%;
Estudantes, que quase duplicaram a proporção
de participação em atividades de educação não
formal, aumentando de 30,5% para 57,6%;
Grupos profissionais menos qualificados, que
registaram aumentos na participação em ALV
de: 25,9 p.p. para os trabalhadores dos
serviços pessoais, de proteção e segurança e
vendedores; 24,8 p.p. para os trabalhadores
qualificados da indústria, construção e artífices;
22,1 p.p. para os operadores de instalações e
máquinas e trabalhadores da montagem; e
20,4 p.p. para o pessoal administrativo;
Pessoas que não conheciam outras línguas para
além da materna, cuja proporção de
participantes em ALV aumentou 16,8 p.p. no
período de 2007 a 2011;
A evolução positiva em ALV contribuiu para
melhorar a posição de Portugal na UE
O IEFA é um inquérito comunitário realizado em todos
os Estados-Membros da União Europeia (UE27), o que
permite estabelecer comparações ao nível europeu no
grupo etário de observação comum, ou seja, população
com idade dos 25 aos 64 anos.
Em 2011, 44,4% da população portuguesa com idade
dos 25 aos 64 anos participou em atividades de
aprendizagem ao longo da vida, proporção acima da
média europeia a 27 países (UE27) – 40,8% (Quadro
3). Note-se que em 2007 a proporção de participantes
em Portugal neste tipo de atividades (26,4%) se
encontrava 8,5 p.p. abaixo da média europeia.
2007 2011 2007 2011 2007 2011
Portugal 30,9 48,8 12,0 16,6 23,1 41,5
Norte 27,7 48,3 11,2 16,2 20,7 42,1
Centro 31,8 50,9 13,2 18,4 22,9 43,3
Lisboa 36,0 49,6 12,0 16,9 28,4 41,5
Alentejo 30,4 46,0 14,8 16,0 19,8 37,7
Algarve 31,8 51,2 12,7 16,2 24,0 43,0
R. A. Açores 25,4 35,1 7,7 12,1 20,2 25,6
R. A. Madeira 19,9 44,2 8,6 11,6 13,9 40,0
Quadro 2:
Proporção de pessoas com idade dos 18 aos 64
anos que participou em ALV, educação formal e educação
não formal (%), por local de residência (NUTS - 2002),
2007 e 2011
ALV
Educação
formal
Educação não
formal
inquérito à Educação e Formação de Adultos – 2011
5/7
Para o posicionamento do país face à média europeia
no indicador da ALV concorreu particularmente a
evolução observada na proporção de participantes em
atividades de educação não formal. Em 2007, a
participação neste tipo de atividades em Portugal
estava 8,8 p.p. aquém da média europeia (22,5% em
Portugal face a 31,3% na UE27), situação que se
inverteu em 2011 (39,6% e 38,4%, respetivamente).
Relativamente à participação em atividades de
educação formal, Portugal registou um aumento no
período temporal de 2007 a 2011: estava ao nível da
média europeia no início do período (6,5% em Portugal
e 6,6% na EU27), ultrapassando-a em 5,5 p.p. em
2011 (10,4% em Portugal, face a 4,9% na UE27).
Em termos evolutivos, numa perspetiva global para os
países em relação aos quais há dados disponíveis para
as duas edições do inquérito, Portugal foi o segundo
país da UE27 a registar o maior acréscimo em termos
de participação em atividades de aprendizagem ao
longo da vida nos anos analisados (18,0 p.p.), a seguir
à Hungria (32,1 p.p.).
3. Participação em aprendizagem informal
Cerca de dois terços da população dos 18 aos 64 anos
(68,5%) participou em atividades de aprendizagem
informal em 2011, o que representa um aumento de
27,7 p.p. face aos 40,8% registados em 2007.
Globalmente, em 2011, a participação em
aprendizagem informal foi mais acentuada na
população mais jovem, mais qualificada (e cujos pais
eram igualmente mais escolarizados), que se
posicionava nos escalões mais elevados da distribuição
do rendimento e entre quem conhecia mais línguas
para além da materna e tinha hábitos regulares de
leitura de livros e de jornais.
No entanto, face a 2007, os maiores aumentos em
termos de participação em aprendizagem informal
verificaram-se na população adulta (grupo etário dos
35 aos 44 anos e dos 45 aos 54 anos) e com menores
qualificações escolares (1º e 2º ciclos do ensino básico)
e profissionais (trabalhadores não qualificados).
Familiares, amigos ou colegas constituíram o meio de
aprendizagem informal mais utilizado (50,1%) em
2011, seguido do computador (46,3%) – com ou sem
2007 2011 2007 2011 2007 2011
EU27 34,9 40,8 6,6 4,9 31,3 38,4
Alemanha 45,4 49,8 5,2 3,0 43,1 48,4
Áustria 41,9 n.d. 4,2 5,9 39,8 45,5
Bélgica 40,5 37,7 12,5 7,4 33,5 33,1
Bulgária 36,4 26,0 2,7 2,4 35,2 24,4
Chipre 40,6 42,3 2,9 3,7 39,5 40,9
Dinamarca 44,5 58,5 10,1 12,6 37,6 52,7
Eslováquia 44,0 41,6 6,1 5,8 41,2 38,3
Eslovénia 40,6 36,2 8,7 2,3 36,1 34,7
Espanha 30,9 37,7 5,9 7,0 27,2 34,1
Estónia 42,1 49,9 5,0 6,6 40,2 48,0
Finlândia 55,0 n.d. 10,2 n.d. 51,2 n.d.
França 35,1 50,5 5,1 3,5 32,0 49,1
Grécia 14,5 11,7 2,3 2,6 12,7 9,6
Holanda 44,6 59,3 6,8 12,3 42,1 54,8
Hungria 9,0 41,1 2,5 6,5 6,8 37,6
Itália 22,2 35,6 4,4 2,9 20,2 34,3
Letónia 32,7 32,4 5,4 4,3 30,7 30,0
Lituânia 33,9 28,5 6,3 4,0 30,9 25,9
Luxemburgo n.d. 70,1 n.d. 9,9 n.d. 68,0
Malta 33,7 35,8 5,2 4,2 31,3 34,1
Polónia 21,8 24,2 5,5 5,4 18,6 21,0
Portugal 26,4 44,4 6,5 10,4 22,5 39,6
Reino Unido 49,3 n.d. 15,1 n.d. 40,3 n.d.
Rep. Checa 37,6 37,1 3,9 3,7 35,4 34,9
Roménia 7,4 8,0 3,3 1,4 4,7 6,9
Suécia 73,4 71,8 12,7 13,5 69,4 67,0
Fonte:
Eurostat.
Data da última atualização: 08-04-2013.
Data da extração: 18-04-2013.
n.d.: valor não disponível.
Quadro 3:
Proporção de pessoas com idade dos 25 aos 64
anos que participou em ALV, educação formal e educação
não formal (%), Portugal e UE27, 2007 e 2011
ALV
Educação
formal
Educação não
formal
inquérito à Educação e Formação de Adultos – 2011
6/7
internet – e dos livros e revistas especializadas
(42,0%).
Em 2011, mais de três quartos das atividades
desenvolvidas relacionavam-se com interesses pessoais
e enquadravam-se principalmente, em termos de áreas
de educação e formação, nos serviços (23,0%), nas
humanidades (19,7%) e nas ciências, matemática e
informática (15,6%) (Quadro 4).
As atividades mais desenvolvidas pelas mulheres foram,
por ordem de importância, nas áreas dos serviços, das
artes e humanidades e da saúde e proteção social. As
atividades preferidas pelos homens foram nas áreas da
engenharia, indústrias transformadoras e construção,
das ciências, matemática e informática e dos serviços.
Total Homens Mulheres
Programas gerais 3,9 3,4 4,3
Educação 1,1 0,5 1,7
Artes e humanidades 19,7 17,0 22,0
Ciências sociais, comércio e direito 10,6 11,4 9,9
Ciências, matemática e informática 15,6 18,9 12,7
Engenharia, indústrias transformadoras
e construção
11,6 19,8 4,5
Agricultura 4,3 5,8 2,9
Saúde e proteção social 10,2 4,9 14,8
Serviços 23,0 18,1 27,2
TOTAL 100,0 100,0 100,0
Quadro 4:
Distribuição das atividades de aprendizagem
informal (%) por área de educação e formação e sexo,
2011
inquérito à Educação e Formação de Adultos – 2011
7/7
NOTA TÉCNICA
O Inquérito à Educação e Formação de Adultos (IEFA) é um inquérito comunitário realizado pelo Instituto Nacional de
Estatística sob as recomendações metodológicas e de conteúdo do Eurostat. Tem como objetivo principal a análise da
participação da população adulta em atividades de educação, formação e aprendizagem. Para este efeito, é considerada a
participação em qualquer tipo de atividade de aprendizagem – educação formal, educação não formal e aprendizagem informal
– nos 12 meses anteriores à entrevista.
Na operação estatística relativa a 2011 foi inquirida a população residente com idade dos 18 aos 69 anos que vivia em
alojamentos familiares de residência principal. Tratou-se da segunda edição desta operação estatística, na sequência da que se
realizou em 2007.
Ainda que a população alvo do inquérito europeu respeite às pessoas com idade dos 25 aos 64 anos, em Portugal foi alargado,
numa base opcional, o âmbito etário de inquirição à população com idade dos 18 aos 24 anos (à semelhança da operação
estatística de 2007) e à população com idade dos 64 aos 69 anos.
A recolha de dados decorreu no período de Outubro de 2011 a Fevereiro de 2012. O IEFA é um inquérito amostral, cuja
informação foi recolhida diretamente nas unidades de observação – pessoas residentes em alojamentos de residência principal
– através de um questionário registado em computador – Entrevista Presencial Assistida por Computador (
Computer Assisted
Personal Interviewing
– CAPI).
O âmbito geográfico do inquérito é Portugal. A amostra foi dimensionada ao nível nacional. Os principais resultados são
representativos ao nível da região NUTS II. As estimativas foram obtidas através de uma amostra de 11 845 unidades de
alojamento, às quais corresponderam 14 189 pessoas com idade dos 18 aos 69 anos com entrevista conseguida.
Para uma análise mais detalhada da metodologia seguida, sugere-se a leitura do documento metodológico do IEFA em:
http://smi.ine.pt/DocumentacaoMetodologicaPorTema?clear=True
.
PRINCIPAIS CONCEITOS:
Aprendizagem ao longo da vida:
é um conceito que agrega a participação em alguma atividade de educação formal –
ministrada em instituições de educação, conducente a um nível de escolaridade – e/ou não formal – atividade organizada de
formação, profissional ou outra, numa dada área de competências, mas que não equivale a um nível de escolaridade.
Educação formal:
educação ou formação ministradas em instituições de educação ou formação, em que a aprendizagem é
organizada, avaliada e certificada sob a responsabilidade de profissionais qualificados. Constitui uma sucessão hierárquica de
educação ou formação, na qual a conclusão de um dado nível permite a progressão para níveis superiores.
Educação não formal:
formação que decorre normalmente em estruturas institucionais, devendo conferir um certificado de
frequência de curso. Esta certificação, de per se, não permite a progressão na sucessão hierárquica de níveis de escolaridade.
Aprendizagem informal:
implica uma intenção deliberada de aprender, tem um carácter intrinsecamente individual,
voluntário e auto-organizado, decorre das atividades da vida quotidiana relacionadas com o trabalho, a família, a vida social ou
o lazer, numa base de autoaprendizagem. Normalmente tem lugar fora de estruturas institucionais, decorrendo num ambiente
de aprendizagem que a pessoa pode organizar e estruturar livremente. Não confere certificação, embora as competências
adquiridas por esta via possam vir a ser submetidas a processo de validação e certificação.
De uma forma geral, toda a informação apresentada nesta publicação encontra-se disponível em vários suportes de difusão,
produzidos e divulgados pelo INE, aconselhando-se a consulta do sítio www.ine.pt para maior detalhe dos indicadores
apresentados.

terça-feira, 4 de junho de 2013

O DEUS MERCADO E AS SUA FALHAS



Para muitos ideólogos políticos e muitos sapientes economistas, o mercado ou os mercados, como gostam mais de dizer, são como um deus que resolve todos os problemas da economia com o mínimo de intervenção humana. Como se fosse de facto um deus omni-sapiente frente ao qual os míseros mortais se deveriam curvar - e agradecer os malefícios e os benefícios referidos.
É evidente que a existência dos mercados é essencial, mas devem ser devidamente regulados e as a suas tendências, quando necessário para bem das pessoas, devem ser contrariadas,
Por outro lado também é vulgar muitos políticos neo-liberais e economistas afins, dizerem que o Estado não tem jeito nem habilidade para dirigir empresas  e que a gestão das mesmas deve ser entregue a privados, Que esses sim, esses é que são bons. Entre parêntesis, não me deixa de causar estranheza que muitos dos gestores de empresas privados tenham tido a escola da política e da função pública. Pode ser que ao mudar dum lado para outro sofram a milagrosa transformação de bestas em bestiais.
Vem toda esta retórica a propósito dum caso que está a ocorrer presentemente, sobre o qual tenho ouvido e lido na comunicação social :
O mercado farmacêutico está a recusar-se a produzir determinados medicamentos, ainda essenciais no tratamento de certas doenças por serem demasiado baratos e não darem lucro que valha a pena o esforço.
Em face deste problema, o que vai fazer o Ministro da Saúde ( e bem ) ? Vai encarregar o Laboratório Farmacêutico Militar de fabricar os fármacos  em falta !
Imaginem o problema que não teria sido se o presente ( melhor dito ), o ausente governo já tivesse decidido acabar com o referido Laboratório, para poupar despesas ou porque há laboratório privados para produzir os medicamentos necessários Ficávamos sem os fármacos ou acabaríamos por os comprar a preço do ouro ou mais.
Perante isto eu, que sou adepto da existência de mercados devidamente regulados e de que o Estado deve ter meios de produção ou de controlo para fazer face a situações de emergência, não posso deixar de sorrir com a partida que o destino  ( ou seja o mercado ) pregou ao governo :  obrigá-lo a recorrer a uma instituição do Estado para resolver um problema de abastecimento público !
F. Fonseca Santos

Lisboa, 4 de Junho de 2013