O ERRO DA PRIVATIZAÇÃO DA RTP
ESTA OPINIÃO FOI ENVIADA PARA O GABINETE DO 1º MINISTRO EM 24-08-2012
Como é sabido os interesses nacionais dum país não são defendidos apenas através das suas forças armadas, das suas alianças ( muitas vezes falíveis, pois como disse Churchill "os países não têm amigos, têm interesses"), da sua diplomacia, do seu poderio económico-financeiro, mas tambem através dos MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL, abreviadamente MEDIA. E de entre estes o mais influente é sem dúvida a TELEVISÃO.
Nestas condições, alienar ou fechar os canais públicos de TV é despojar Portugal duma arma poderosa para defender os seus interesses, dum meio de comunicar directamente com a diáspora portuguesa e manter viva a chama do portuguesismo, da possibilidade de informar terceiros do que melhor fazemos na ciência e na indústria, da nossa vida cultural, dos nossos sucessos desportivos, etc., e internamente de garantir uma informação correcta, pluralista na expressão de opiniões, e isenta de partidarites ou da influência dos lobis.
A existência dos canais públicos de TV tem um preço. Pois tem. Como têm as forças armadas, a diplomacia, os serviços secretos. E ninguem de bom senso põe em causa a sua necessidade.
Se um Governo não consegue pôr uma estação de TV a funcionar de acordo com os interesses dos portugueses, de que é capaz de fazer ? De cobrar impostos ? De cumprir memorandos de entendimento ? É pouco.
Dizer que o Governo não tem vocação para gerir empresas, que isso deve ser deixado a cargo dos "privados", suscita logo uma pergunta : se o Governo não se julga com vocação para definir as orientações duma empresa, como pode ter a pretensão de conduzir a grande empresa chamada Portugal?
Conclusão minha : a privatização, ou alienação ou concessão ( como lhe queiram chamar ) a particulares da RTP só pode resultar duma lastimável cegueira ideológica.
E se daí resultar a sua entrega a consórcios estrangeiros, cujos interesses são certamente muito próprios, então o desastre é total.
F. Fonseca Santos

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