terça-feira, 8 de maio de 2012

UM NOVO "DIA D" PARA A EUROPA OCIDENTAL ?

Ontem, 6 de Maio de 2012, François Hollande venceu as eleições presidenciais francesas. Dadas as suas afirmações na campanha eleitoral, será um novo Dia D para a Europa Ocidental?
Será que a União Europeia irá começar a deixar de
parte a política monetarista e iniciar um caminho de
regresso a um desenvolvimento sustentado em que
o grande e pequeno capital  sejam novamente postos ao serviço dos povos duma forma racional e útil para todos ?
Muitos de nós, europeus, temos esperança de que isso venha a acontecer.
No Dia D de 6 de Junho de 1944, com o desembarque das tropas aliadas nas praias da Normandia iniciou-se a libertação da Europa Ocidetal da sangrenta ditadura nazi - e o primeiro país libertado foi precisamente a França.
Hoje a ditadura de que queremos ser libertados é a
ditadura dos mercados desregulados, dos especuladores sem freio, dos juros esmagadores dos
super-agiotas, das designadas "agências de notação"
- que estão ao serviço de alguem, que não a maioria
das populações -, dos denominados "off-shores" que servem para muita coisa mas não para beneficiar os cidadãos comuns.
Hoje o que queremos é que os bancos regressem às suas funções de alavancas dos progresso, emprestando o dinheiro necessário ao desenvolvimento das pessoas, das empresas, das nações mas a juros comportáveis para os clientes e
compatíveis dos seus objectivos de auferirem uma recompensa ( lucro ) pelo serviço prestado.
Hoje o que queremos tambem é o fim da ditadura da austeridade ou, por outras palavras, que a austeridade não seja esmagadora para a grande maioria e benéfica ou indiferente para uma minoria de beneficiados, nem permita que os mais fortes financeiramente abusem dos mais fracos.
Não quero dizer que as dívidas das pessoas, das empresas e das nações não devam ser pagas. Quero dizer que os juros porque estão a ser pagas devem ser revistos, bem como os prazos de pagamento para pôr fim à agiotagem e reduzir as probabilidades de incumprimento. Mas isso, dirão alguns em defesa dos seus dinheiros , outros em defesa das teorias que aprenderam nas escolas onde estudaram, outros ainda em defesa das seus preconceitos ideológicos, é condionar os mercados, não permitir que eles funcionem livremente. Talvez seja, mas o que é mais importante, o Homem ou os mercados ? Os mercados devem estar ao serviço das pessoas ou as pessoas devem prostrar-se perante os mercados, qual Bezerro de Ouro dos nossos tempos ?
Esperemos pois que a mudança política em França seja o catalizador para voltar a pôr as pessoas, todas as pessoas, no centro das atenções dos governantes eleitos por essas mesmas pessoas.
Tal como o 25 de Abril de 1974 foi o início do fim das ditaduras em países da Europa do Sul.


F. Fonseca Santos

1 Comentários:

Às 8 de maio de 2012 às 18:14 , Blogger antonio gamanho disse...

Sábias palavras! Oxalá que sim.

 

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