quarta-feira, 31 de julho de 2013

PASTEIS DE NATA

( INTERLÚDIO PRETENSAMENTE CÓMICO ) Hoje fui a uma pastelaria para beber uma chávena de café com leite. Dirigi-me ao balcão e pedi, evidentemente, uma “meia de leite” para ser facilmente compreendido ( às vezes nos países onde os empregados falam inglês peço “ half-a-milk” mas nunca percebem o que quero dizer! ). Enquanto o empregado ia preparando a bebida, reparei que ao meu lado estava um prato de pasteis de nata muito queimados. Provavelmente já ninguém os compraria. Eis senão quando, e nessa altura senti-me um daqueles lisboetas típicos que passavam a v ida nos cafés a inventar anedotas, me veio à ideia aquilo julguei ser uma piada fabulosa. E quando o empregado voltou com a chávena de café com leite perguntei-lhe razoavelmente sério : “ Sabe qual é a semelhança entre estes pasteis de nata e o ex-Ministro Álvaro ? Não ? É ambos saíram queimados ! “ O empregado não achou graça nenhuma, primeiro ( de certo ) pela minha referência aos pasteis queimados, e segundo porque nunca tinha ouvido falar de Álvaro Santos Pereira ! Meti a viola no saco, não me irritei interiormente com a “incompreensão do público”, perante a minha extraordinária manifestação de humor, mas fiquei com um pouco de inveja daquele homem que tinha a sorte de nunca ter ouvido falar no ex-Ministro – nem se calhar nos outros políticos da nossa Pátria e era capaz de ser feliz com isso. Principalmente se não fosse o dono da pastelaria e não tivesse o problema dos 23% de IVA. F. Fonseca Santos 31 /07/2013

terça-feira, 16 de julho de 2013

NEGOCIAÇÕES PARA UM COMPROMISSO de SALVAÇÃO NACIONAL



Tardiamente impostas pelo Sr. Presidente da República, estão em curso negociações entre o PS, o CDS e o PSD para se chegar a um dito “ compromisso de salvação nacional” que permita aos Portugueses continuar a viver e pagar dívidas contraídas junto das entidades prestamistas internacionais.
É sabido que em condições normais de funcionamento, o nosso País não tem capacidade de pagar os empréstimos – e os respectivos juros – já contraídos e alem disso continuar a aumentar a divida. Por isso que desde há dois anos são pedidos sacrifícios anormais a quase todos os Portugueses – e certamente o filme vai continuar
O modo como a repartição dos sacrifícios tem sido desenhada, tem dado origem a muita e justa indignação   de grande parte dos cidadãos e certamente este tema será o grande ponto de desacordo entre os partidos envolvidos nas negociações. Desde já expresso ( como muitas pessoas mais conhecedoras do que eu ) as minhas dúvidas de que se consiga chegar a acordo.
Porem na minha opinião, os pontos principais a discutir, para pagar as dívidas com menos  sacrifícios para o povo, são :                                                                                                                    i) Como acelerar o desenvolvimento económico para  gerar mais riqueza .                                         ii)  Como fazer regressar a Portugal os capitais que andam boiando pelos off-shores deste mundo e convencer os seus detentores a investir no nosso País.                                                                      Iii) Porque o  desiderato i) não se consegue dum momento para o outro, como conseguir o alargamento dos prazos de pagamento das dívidas e como reduzir os juros das mesmas.  Difícil ? Certamente. Mas é para tratar de coisas difíceis ou fáceis que os povos dão a sua confiança aos governos        
Este último ponto faz-me lembrar uma conversa que teve lugar na primeira metade dos anos 60, num acampamento militar algures no norte de Angola, era eu Alferes Miliciano de Engenharia. Era noite e ia-se falando para passar o tempo antes da deita. Então um Capitão do Exército do Quadro Permanente, com o ar de quem tinha passado boa parte da existencia na borga, contou o seguinte episódio da sua vida de “conquistador”:
Para impressionar uma das suas conquistas, resolveu levá-la para um conhecido hotel de 5 estrelas e como tudo estivesse a correr bem, foram ficando. Ao fim duma semana, o gerente mandou a conta, que o Capitão meteu descontraidamente na gaveta. Ao fim da segunda semana nova conta e o mesmo destino. Aí o gerente foi falar com o Capitão para lhe pedir o pagamento, ao que este respondeu não ter de momento dinheiro. O gerente não se ficou, insistiu e acabou por ameaçar o Capitão de “ir dar parte dele às Autoridades Militares”. Então com toda a calma o Oficial aconselhou : “ Ó Sr. Fulano não faça isso. Porque se o fizer levantam-me um processo disciplinar e põe-me na rua. Aí não tenho mesmo dinheiro para lhe pagar. Se não se queixar, eu saio agora e talvez lhe venha a pagar um dia !...” Em seguida, concluiu o Capitão, para nós assistentes que estávamos divertidos com a história: “ O gerente não apresentou queixa e eu  acabei por pagar a conta no prazo de vários vezes”.
Moral (?) da história : MAIS VALE RECEBER TARDE QUE NUNCA.

Frederico Fonseca Santos
15 de Julho de 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

ECONOMIA JURÁSSICA

No programa “Quadratura do Círculo” de 27 de Junho de 2013 da SIC Notícias esteve presente como convidado o Professor de Economia Daniel Bessa.
A propósito dos temas em análise, disse o Prof. , en passant, que tinha estado num debate na Universidade Católica em que alguém apelidou a economia europeia de “jurássica”. Não percebi de imediato onde o senhor ou senhora autor(a) do epíteto queria chegar , e de facto admirei-me pois creio que no campo da utilização do conhecimento científico, no campo da técnica, da organização do trabalho, da avaliação de projectos ou de investimentos, mesmo do desporto e da cultura , com algumas excepções certamente, a Europa na generalidade não está atrás de nenhuma outra região do globo. Porem com o decorrer do debate, e embora o Prof. Daniel Bessa fosse bastante discreto sobre os temas da sua reunião e sobre quem lá estava, apercebi-me que o que era considerado jurássico era nem mais menos “ a despesa com o modelo social europeu”.
Espantoso! Em vez de serem consideradas “jurássicas “ as economias que pelo seu atraso ainda não incluíram nos seus custos os que habitualmente são associados ao modelo social europeu, é precisamente a economia europeia que o é ( considerada jurássica ). Verdade seja dita que não sei se o adorador(a) do bezerro de ouro que usou a expressão teve o aplauso ou não dos seu pares, mas o facto de ter sido proferida numa instituição muito valorizada como a Universidade Católica de Lisboa e de ter sido tornada pública através da TV, é motivo suficiente para não deixar de ser contraditada – embora eu não seja especialista na matéria e outros o fizessem melhor .
Comecemos pelo adjectivo “jurássico”. Nesse período da vida da Terra, como possivelmente o/a utilizador(a) do termo  saberá, ainda não tinha aparecido a vida humana. Os mais conhecidos habitantes dessa época foram os dinossauros. Em que consistiria então a economia dos dinossauros ? Suponho ( também não sou especialista nesse assunto ) que se resumia a nascer, crescer, procurar alimentação ( o que representa trabalho ), reproduzir-se e morrer. Penso que na Europa, falando na generalidade, estamos no oposto desta organização económica. MAS INFELIZMENTE AINDA HÁ REGIÕES DO GLOBO QUE, APESAR DO SEU AVANÇADO NÍVEL TÉCNICO, NÃO ESTÃO MUITO LONGE DOS DINOSSAUROS.  Essas economias é que deveriam ser consideradas “JURÁSSICAS”.
Voltemos então a falar do “modelo social europeu” embora o mais simplificadamente possível,  porque sabemos todos de que se trata, e apenas, repito o que disse, porque qualquer ataque não deve ficar sem resposta – e esta é a minha maneira de responder.
O modelo social europeu , que tem como pano de fundo a organização democrática da sociedade, compreende três capítulos  : o direito  à saúde, a igualdade de oportunidades no que respeita ao acesso à educação e a segurança social ( protecção no desemprego, na doença, na maternidade, na incapacidade, direito à reforma ). E ainda falta um quarto capítulo, a igualdade de oportunidades no acesso à justiça.
Aqueles direitos são uma grande conquista da civilização pois ( quase ) tornam as pessoas independentes do meio em que nasceram, dando-lhes possibilidades de se realizarem na vida de acordo com as suas qualidades e a sua inteligência, permite-lhes viver a vida mais ou menos a salvo dos revezes materiais que aquela por vezes traz, permite-lhes usufruir cuidados de saúde sem os quais o destino certo era a morte prematura, permite-lhes, mercê de poupanças ao longo da vida de trabalho confiadas ao Estado, ter direito a uma reforma que permita viver com dignidade e satisfação os anos finais.                                                                                                                                 ALGUEM TERÁ CORAGEM DE DIZER QUE ISTO SÃO DIREITOS POUCO IMPORTANTES ?
CREIO QUE SÓ ALGUEM QUE APENAS PENSE NOS SEUS RENDIMENTOS  E NÃO SE INCOMODE QUE OS OUTROS VIVAM OU MORRAM, COMAM OU PASSEM FOME, ESTUDEM OU FIQUEM ANALFABETOS
( Entre parêntesis é evidente que não pode haver direitos sem deveres. E os deveres dos cidadãos são trabalhar o melhor que possam de forma legal e útil e NÃO fazerem batota no que respeita às suas obrigações )
Para se obter estes benefícios é necessário  que tanto os trabalhadores por conta outrem, os trabalhadores independentes,  os profissionais liberais, os funcionários do Estado ( civis e militares ), negociantes, comerciantes, jogadores nas bolsas de valores, entidades patronais  ( incluindo o Estado ), etc.  paguem os seu impostos. A maneira como cada uma desta classe de pessoas contribuirá com os seus impostos depende bastante da ideologia do governo em funções e das circunstâncias. Mas os benefícios nunca devem ser postos em causa a favor de sistemas sociais  retrógrados (“jurássicos”) por alegada falta de dinheiro ou alegada falta de competitividade. Os políticos, os fiscalistas, os economistas, sabem muito bem aonde poderão , se quiserem, ir buscar o dinheiro necessário  ( sem recorrer a nacionalizações das fortunas e de parte dos ordenados e reformas ). E os engenheiros e os economistas sabem muito bem como se aumenta a competitividade sem recurso a corte nos salários.
Duas  soluções, que nunca me canso de dizer que devem ser consideradas para evitar fugas aos impostos e conseguir o controlo dos capitais, são :                                                                        - a ilegalização pura e simples da maneira como funcionam os bancos off-shore           e - a possibilidade de conhecer, mediante regras e pelas autoridades competentes, as contas bancárias dos nacionais dum país em bancos estrangeiros.
Mais uma vez : isto é sabido e consabido. Mas assim como há pessoas que passam a vida a queixar-se dos malefícios do estado social, também as pessoas que acreditam nos benefícios do estado social não devem perder oportunidade para afirmar os seus princípios
F. Fonseca Santos
5 de Julho de 2013

segunda-feira, 1 de julho de 2013

UM DIA E MEIO EM ROMA


Recentemente tive oportunidade de passar um dia e meio em Roma, cidade onde nunca tinha estado mas que conhecia através de inúmeros vídeos, fotografias, livros, onde ela é descrita.
Com tão pouco tempo, que visitar ?
Optei pelo Vaticano ( que legalmente não é Roma ), a Basílica de S. João de Latrão, a Igreja de Santa Maria Maior – e outros lugares que ficam no trajecto da linha A do metro romano.
Que dizer que já não tivesse sido dito por centenas ou milhares de viajantes, intelectuais,. especialistas em história, arte e religião ?  Apenas as minhas impressões pessoais de visitante, não peregrino, sem pretensões de demonstrar qualquer tipo de sabedoria.
Os Museus do Vaticano constituem uma impressionante acumulação de obras de arte : desde esculturas egípcias até aos pintores do século XX há de tudo. Um visitante logo que entra, sente-se envolvido numa enorme massa humana que constitui um rio que se vai deslocando, ao mesmo tempo que vê de passagem e fotografa as obras de arte. É difícil conservar uma atenção de apreciador do princípio ao fim. Para isso seriam necessários vários dias, visitando uma ou duas salas por dia. O visitante acaba por concentrar a sua atenção nas salas mais famosas, onde estão pinturas de Rafael e as obras de Miguel Angelo. Os frescos pintados quer nas paredes, quer nos tectos são uma constante. Aliás quase todos os tectos estão maravilhosamente pintados, mesmo sem contar com a Capela Sistina .
 O que nas diferentes salas dos Museus também existe em grande profusão são as lojas de vendas de recordações, de livros, catálogos, etc. Mas não são lojas especializadas em relação ao local onde se encontram : são todas generalistas.
No que respeita às obras escultóricas, os artistas Romanos ( da Roma Republicana e Imperial ) preferiam  representar  bustos e nus masculinos. Poucas figuras femininas se vêm. Possivelmente os Romanos  estavam convencidos que , tal como no reino animal em que os machos são em geral mais belos que as fêmeas,  o Homens é mais belo que a Mulher. Porem, se a maioria dos escultores desse tempo tivesse sido do sexo feminino, o resultado talvez fosse o inverso… Não sei. Mas é uma questão interessante ( e provavelmente tão inútil como esclarecer qual o sexo dos anjos ) saber, no género humano, qual dos dois é mais belo, o Homem ou a Mulher. Questão tão difícil de responder como a anterior. Seria talvez necessário que alguém doutro planeta, mas com um sentido estético semelhante ao nosso emitisse a sua opinião…
Na Capela Sistina não se podia fotografar, de modo que o infindável rio humana passava lentamente, de nariz no ar, mas realmente sem poder apreciar grande coisa – felizmente tenho no meu computador um belo vídeo sobre a Capela que posso rever sempre que queira, imaginando-me no local!
Depois da Capela Sistina, passei à Basílica de S. Pedro, sobre a qual os únicos comentários que vou fazer são que é duma grande beleza arquitectónica e que praticamente não existe 1 mm quadrado de chão, parede, tecto ou coluna que não tenha sido objecto de embelezamento. Turistas muitos, devotos aparentemente poucos, e se me lembro correctamente, estavam em curso missas numa ou duas das inúmeras capelas. Na saída apreciei os belos uniformes dos guardas suíços . Parei um pouco e  imaginei a praça em frente da Basílica, num dia especial, cheia de gente, demonstrando a sua fé
Saí do Vaticano e, estafado como estava, regressei a Terni, pequena cidade a 144 km de Roma, onde estava aboletado
No dia seguinte voltei a Roma para visitar  a Basílica de S. João de Latrão,  catedral de Roma e do Papa, na sua qualidade de Bispo de Roma. A mesma profusão de obras de arte , de turistas ( embora menos que no Vaticano),  mas com várias missas a decorrer nas diversas capelas da Igreja. Também tenho no computador um vídeo sobre S.João de Latrão que posso ver sossegadamente quando me apetecer. Visitei o claustro do convento que lhe estava anexo, mas não achei nada de especial-
A única coisa que achei original foi o hábito de atirar moedas e notas para cima do túmulo do Papa S. Martinho que se encontra num ponto central da Basílica, Claro que todos os dias à noite aquelas devem ser recolhidas por quem de direito
Saí, voltei ao metro e desci numa estação que indicava a proximidade do Museu da Libertação. Embora perto da estação do metro, foi um castigo para o encontrar. Perguntei a várias pessoas, incluindo polícias, mas não sabiam. Talvez a libertação do fascismo, como dado adquirido que é, esteja a ficar esquecido dos italianos. Finalmente um polícia mais sénior conseguiu indicar-me a rua . Fui lá mas, para desilusão minha, o museu ao sábado estava fechado! Na rua predominavam edifícios do final do século XIX ou princípio do século XX, com janelas de venezianas. Porem o edifício do museu era moderno – e bastante feio. Aproveito para dizer que os prédios dos poucos locais por onde andei, quase todos tinham janelas com venezianas, de que gosto particularmente
Segui para a próxima paragem do metro e desemboquei na praça Victor Manuel. Tem um jardim, pouco gracioso, onde dormiam sem-abrigo e onde famílias numerosas, romanas ou da província, picnicavam na relva sobre largos lençóis brancos .   Ao fundo, dum dos lados, via-se umas ruínas que me pareceram pouco interessantes, e não fui ver. Preferi sentar-me numa esplanada e tomar qualquer coisa.
A paragem seguinte já era a da Estação Central dos Caminhos de Ferro, Antes de seguir para o aeroporto, ainda tive tempo de ir ver mais uma igreja, a de Santa Maria Maior, com a sua arte sacra e belos vitrais.
Resumindo, esta minha passagem por Roma foi um banho de multidão e de arte sacra,  renascentista, e também pré-cristã e moderna, um exercício de paciência para estar nas filas ( embora para a entrada nos museus do Vaticano tivesse bilhete pré-comprado ) e algumas incursões em cafés  - onde aliás não consegui beber um café de jeito para o meu gosto .
Durante a visita ao Vaticano não pude deixar de lembrar-me de Jerusalem Velha , perguntei a mim próprio se seria possível comparar os dois lugares  e dei comigo a pensar nalgumas semelhanças
- São ambos lugares sagrados de culto, Jerusalém das três principais religiões monoteístas ( judaismo, cristianismo e maometanismo ) e o Vaticano da religião cristã/católica
- Ambos estão carregados de Historia, embora Jerusalem conte mais uns séculos
- Ambos têm um fluxo constante de visitantes, turistas e peregrinos
-   No Vaticano, a segurança é garantida por estrangeiros ( a Guarda Suiça ) e no Santo Sepulcro de Jerusalem a ordem entre os diferentes grupos de cristãos é mantida pela Polícia Israelita ( no tempo do Eça de Queiroz era garantida pelo Exército Otomano )
Mas a diferença é muito grande :
- O Vaticano é todo ele um museu monumental na sua arquitectura e no seu recheio, com obras de arte de todos os locais onde o império romano chegou, dos principais artistas da Renascença, e dos séculos que se seguiram até aos  artistas modernos. Tudo está limpo e impecavelmente conservado. Todo ele respira a grandeza e o poderio dos Papas e da Igreja, não sei bem se para glorificação de Deus se para ostentação da vaidade humana de quem foi mandando construir.
- Jerusalem está muito longe de ter a grandeza monumental de Roma, as suas ruas são estreitas e fazem recordar a sua antiguidade, os seus comércios são pequenas lojas onde os proprietários parecem lutar pela sobrevivência, a História que se faz lembrar é uma História mais antiga, mais primitiva, mas sempre presente, quase em cada canto. E penso que as diferenças religiosas entre os seus habitantes, que parecem adormecidas,  estarão prontas a rebentar com uma pequena faísca.
F. Fonseca Santos
25 de Junho de 2013